Observabilidade orientada ao negócio: medir o que realmente importa
- Samuel Silveira

- 8 de jul.
- 3 min de leitura
Com a explosão dos dados operacionais nos últimos anos, muitas empresas vivem hoje uma falsa sensação de controle. Dashboards robustos exibem centenas de KPIs técnicos, alimentando relatórios semanais e reuniões de acompanhamento. Mas, em meio a tantos gráficos verdes e números estáveis, surge uma pergunta incômoda:
Estamos realmente medindo o que impacta o cliente e o negócio?
Essa é uma provocação fundamental em tempos de transformação digital. Muitas vezes, o time de tecnologia celebra a disponibilidade de 99,9%, enquanto o cliente abandona o carrinho por lentidão na página de checkout. Ou o deploy entra no ar com sucesso, mas uma falha sutil derruba a conversão em uma etapa crítica do funil.
É aqui que entra um novo paradigma: a observabilidade orientada ao negócio.
Muito além dos KPIs técnicos
Tradicionalmente, a observabilidade sempre esteve associada à saúde da infraestrutura. Monitorar latência, uso de CPU, erros e logs são práticas essenciais, mas que não contam toda a história.
O problema é que a maioria dessas métricas são operacionais — úteis para identificar problemas técnicos, mas pouco eficazes para revelar o impacto real no usuário final.
O sistema pode estar operando dentro dos parâmetros esperados, e ainda assim a experiência do cliente ser ruim.
Exemplos comuns de falhas silenciosas:
O tempo de resposta de uma API está aceitável, mas a tela principal do app demora 4 segundos para carregar;
Um deploy é concluído sem erro, mas afeta negativamente a performance de uma funcionalidade estratégica;
Um fluxo de conversão está íntegro tecnicamente, mas usuários o abandonam por lentidão ou inconsistência de comportamento.
Ou seja: tudo parece certo nos gráficos, mas algo está errado na experiência.

A nova abordagem: observabilidade com foco em valor
A proposta aqui não é ignorar os indicadores técnicos — eles continuam sendo fundamentais. Mas é preciso ir além. A observabilidade moderna conecta os dados operacionais aos indicadores de negócio.
Isso significa entender, por exemplo:
Qual é o impacto de uma falha ou lentidão sobre a taxa de conversão?
Quais trechos do sistema mais afetam o NPS?
Como a performance de novas versões interfere no ticket médio?
Qual o custo de uma queda de 1% na disponibilidade do checkout?
Essas perguntas exigem uma abordagem integrada entre produto, engenharia e negócio. Exigem dashboards que não apenas mostrem “o que quebrou”, mas “o que está em risco”.
Métrica boa é métrica que acende o alerta certo
Nem todo dado é útil. Métrica boa é aquela que gera decisão no tempo certo, e isso vale ainda mais para times que atuam com autonomia e ciclo de entrega ágil.
Por isso, organizações mais maduras em observabilidade adotam modelos que priorizam:
A experiência do usuário em pontos-chave da jornada;
Os impactos financeiros de falhas técnicas;
A correlação entre performance e resultado;
A visualização simples e prática para tomada de decisão.
Não se trata de medir tudo, mas de medir melhor.
Por onde começar na observabilidade?
Se você está repensando a maturidade da sua estratégia de observabilidade, aqui vão três movimentos possíveis:
Mapeie a jornada do cliente: identifique os momentos críticos da experiência e relacione-os a métricas técnicas e indicadores de negócio.
Revise seus dashboards: substitua ou complemente os indicadores genéricos por métricas que respondam à pergunta “isso afeta o cliente?”.
Conecte dados a decisões: crie alertas e visualizações que permitam ação rápida quando uma métrica relevante sair do padrão esperado.
Esse processo não é simples, mas é essencial para garantir que a TI esteja verdadeiramente a serviço do negócio.
A Evoluum pode te ajudar
Na Evoluum, aplicamos práticas modernas de observabilidade com foco em resultado. Isso significa ir além do monitoramento técnico e construir sistemas que realmente entregam valor para quem importa: o cliente.
Com ferramentas robustas (como IBM Instana), alinhamento estratégico com os times e uma mentalidade orientada a produto, ajudamos empresas a transformarem dados em decisões — e decisões em vantagem competitiva.
Conclusão
Se a sua estratégia de monitoramento não está revelando o que impacta o negócio, você está só olhando para o espelho retrovisor.
A pergunta certa não é “estamos monitorando?”, mas “estamos melhorando?”.
Com observabilidade orientada ao negócio, sua empresa ganha clareza, velocidade e foco no que realmente importa.
Quer transformar seus dados em decisões estratégicas?







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