A Transformação Digital acabou ou só evoluiu? A verdade por trás da nova era da IA
- Evoluum
- há 4 dias
- 4 min de leitura
Durante muito tempo, “transformação digital” foi o principal movimento estratégico dentro das empresas. Modernizar sistemas, levar aplicações para cloud, integrar dados, redesenhar processos, tudo isso guiou o mercado por mais de uma década.
Mas nos últimos dois anos, algo mudou: a Inteligência Artificial tomou o palco e parece ter se tornado o grande destino final.
Essa percepção levantou uma pergunta que inspirou nosso último webinar, conduzido por Hugo Azevedo (HopAI) e Rafael Boiko (Evoluum):
“A Transformação Digital acabou?”
A resposta, como ficou claro na conversa, é muito mais estratégica do que tecnológica.

A era da IA não substitui a Transformação Digital, ela exige maturidade digital
Enquanto muitas empresas aceleram a adoção de IA, poucas se perguntam se sua fundação está preparada. Antes de falar em agentes autônomos, copilotos e automações profundas, é necessário olhar para os pilares que sustentam tudo isso: arquitetura, governança, dados, integração e observabilidade.
Hugo resumiu perfeitamente esse ponto:
“Quando a tecnologia muda rápido demais, é natural que as empresas acreditem que precisam correr. Mas correr sem uma base sólida só faz acelerar o problema.”
A Transformação Digital não desapareceu, ela se tornou o alicerce invisível para qualquer iniciativa de IA funcionar com segurança, escala e retorno real.
O perigo do salto sem base digital
Se antes a transformação digital era tratada quase como um projeto, hoje ela é o plano de fundo de toda decisão estratégica. E a corrida pela IA expôs isso de um jeito implacável.
Rafael explica:
“Se a empresa não resolve as dores estruturais, dados desorganizados, processos inconsistentes e falta de integração, a IA se torna uma amplificadora dessas falhas. Ela não corrige o que não funciona. Ela acelera.”
O salto para IA sem resolver o passado digital cria riscos claros:
decisões automáticas incorretas, porque os dados de origem estão errados;
custos descontrolados com cloud e modelos consumindo recursos sem governança;
baixa confiabilidade para escalar automações em ambientes críticos;
perda de competitividade por falta de consistência operacional.
A mensagem é simples: IA não substitui a transformação digital, ela cobra maturidade digital.
Resistência à mudança: um fenômeno previsível (e normal)
Durante o webinar, um ponto chamou atenção: a resistência não vem apenas das áreas técnicas, mas principalmente das áreas de negócio.
E isso não é um problema, é o cenário esperado.
“14 anos trabalhando com tecnologia me mostraram que a maior resistência não é à ferramenta. É ao impacto que ela provoca nas pessoas e na rotina delas”, — diz Rafael.
O desafio não é apenas tecnológico. É cultural. E por isso, projetos de transformação, com ou sem IA, precisam ser conduzidos com clareza, comunicação e expectativas realistas.
IA não cria futuro em cima de passado mal resolvido
Um dos trechos mais fortes do webinar foi quando Hugo reforçou:
“Muitas empresas acreditam que IA é o atalho. Mas IA não cria futuro em cima de passado mal resolvido. Ela depende do estado atual da sua casa.”
Essa é a virada de chave que o mercado precisa entender.
Se os dados são inconsistentes, os modelos serão inconsistentes.Se a arquitetura é frágil, a automação será frágil.Se a governança não existe, o risco escala mais rápido do que o benefício.
E aqui entra a importância dos quatro alicerces da maturidade digital que surgiram na conversa:
Arquitetura preparada para mudanças rápidas;
Dados organizados, confiáveis e contextualizados;
Observabilidade para entender impacto, risco e experiência;
Governança para escalar IA com segurança e responsabilidade.
Sem isso, a IA vira um experimento caro, não uma vantagem competitiva.
Observabilidade e FinOps: os pilares silenciosos da era da IA
Um ponto central do webinar é que IA só entrega valor quando a camada de base (arquitetura + dados + integrações) está madura. E isso só é possível com dois elementos-chave:
Observabilidade
Responsável por responder rapidamente:
onde está o risco agora,
por que aconteceu,
e qual impacto isso tem no negócio.
Sem visibilidade contínua, projetos de IA operam às cegas.
FinOps
Responsável por garantir que o uso de cloud, essencial para IA, seja eficiente, controlado e alinhado ao orçamento estratégico. Sem FinOps, a IA escala custo, não valor.
Transformação Digital não acabou. Ela evoluiu.
Ao longo do webinar, ficou claro que o conceito não desapareceu, ele apenas mudou de forma.
Se antes transformação digital significava migração, digitalização e modernização, agora ela significa:
capacidade de evoluir continuamente;
infraestrutura preparada para comportar IA;
dados governados e integrados;
operações inteligentes e automatizadas;
equipes alinhadas a uma visão de longo prazo.
A explosão da IA não encerrou a transformação digital, ela elevou o nível de exigência.
Conclusão: O novo papel das empresas na era da IA
A pergunta inicial, “a transformação digital acabou?”, se transforma em outra:
As empresas evoluíram o suficiente para aproveitar tudo que a IA pode entregar?
A resposta, hoje, ainda é “nem sempre”.
Mas com base sólida, governança, observabilidade, FinOps e clareza estratégica, é possível construir uma jornada de IA sustentável, escalável e alinhada ao impacto real no negócio.
E é esse o movimento que as organizações estão prestes a enfrentar, não o fim, mas a evolução da transformação digital.



